quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Soneto do amor e da morte

E quando eu morrer murmura esta canção que eu escrevo pra ti. Quando eu morrer fica junto de mim, não queiras ver as aves pardas do anoitecer a revoar na minha solidão.

Quando eu morrer segura minha mão, põe os olhos nos meus se puder ser, se inda neles a luz esmorecer e diz do nosso amor como a não tivesse de acabar, sempre a doer, sempre a doer de tanta perfeição que ao deixar de bater - me o coração fique por nós o teu inda a bater, quando eu morrer segura a minha mão.

Vasco Graça Moura

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